Bem-vindo ao nosso artigo sobre as melhores práticas para garantir a segurança de dispositivos médicos baseados em IoT.
A indústria da saúde está a passar por uma verdadeira revolução impulsionada pela adopção do Internet of Medical Things (IoMT). Esta adopção tem aumentado a eficiência em três áreas essenciais: monitorização, envolvimento do paciente e eficiência operacional.
Contudo, como observa Dean Levitt, apesar dos enormes benefícios do IoMT, a tecnologia apresenta desafios significativos de segurança que não podem ser ignorados.
Este artigo explica os principais riscos de segurança no IoMT e detalha as melhores práticas para proteger dispositivos médicos IoT de forma eficaz.
Compreender os Riscos de Segurança no IoT Médico
A maioria dos dispositivos IoT utilizados na saúde é, por padrão, vulnerável a ataques informáticos e acessos não autorizados.
A boa notícia é que, apesar destes desafios, existem práticas recomendadas que ajudam a garantir a privacidade dos dados e a segurança do paciente.
Antes de apresentarmos as melhores práticas, vejamos os quatro riscos de segurança identificados por Dean Levitt:
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Aumento da superfície de ataque
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Dispositivos antigos (legacy)
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Problemas de interoperabilidade
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Riscos de privacidade de dados
1. Aumento da Superfície de Ataque
À medida que cresce o número de dispositivos conectados, aumentam igualmente os pontos vulneráveis no ecossistema IoMT.
Muitos dispositivos apresentam falhas como:
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Falta de conformidade com normas de segurança
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Ausência de autenticação robusta
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Palavras-passe fracas
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Encriptação insuficiente
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Aplicações móveis inseguras
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Equipamentos desprotegidos
A complexidade aumenta porque, mesmo depois de resolver um problema, pode surgir outro. A segurança no IoMT exige colaboração entre fabricantes, programadores, hospitais e utilizadores finais.
2. Dispositivos Legacy
Muitos dispositivos médicos possuem vidas úteis longas e não foram criados com a segurança como prioridade. Isto significa que:
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Podem já existir dispositivos antigos no ambiente hospitalar que pretenda integrar com soluções IoMT.
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A combinação de dispositivos modernos e antigos enfraquece a segurança global.
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Muitos não recebem mais actualizações nem patches de segurança.
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Substituir todos os dispositivos pode não ser financeiramente possível.
Estes factores tornam os sistemas vulneráveis e prejudicam a implementação de boas práticas de segurança.
3. Interoperabilidade
Interoperabilidade refere-se à capacidade de diferentes dispositivos e sistemas comunicarem entre si. Porém, essa comunicação é complexa e, muitas vezes, insegura.
A diversidade tecnológica — diferentes marcas, protocolos, plataformas e padrões — cria lacunas que podem resultar em:
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Falhas de ligação
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Falhas de compatibilidade
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Riscos de segurança
Especialistas recomendam:
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Escolher dispositivos que sigam normas e protocolos comuns
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Usar gateways ou middleware para adaptar diferentes formatos
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Monitorizar e testar continuamente a rede IoT
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Substituir dispositivos incompatíveis ou obsoletos
4. Privacidade dos Dados
A privacidade dos dados é um dos temas mais críticos no IoMT.
Dados de pacientes são extremamente sensíveis e, quando expostos, geram:
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Perda de confiança
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Vulnerabilidade clínica
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Problemas legais e éticos
Desafios comuns incluem:
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Falta de encriptação
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Falhas nas definições de segurança
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Má utilização por parte dos utilizadores
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Incumprimento de normas como o HIPAA (equivalente americano)
10 Melhores Práticas para Dispositivos Médicos IoT Seguros
1. Autenticação Forte
Utilizar autenticação multifactor ou biometria reduz drasticamente acessos indevidos.
Durante o fabrico, estas soluções devem ser testadas contra ataques comuns para garantir a robustez.
2. Encriptação
A encriptação protege dados durante a transmissão e armazenamento.
Como os sistemas de saúde usam frequentemente armazenamento na cloud, ataques a dados não encriptados podem ser devastadores.
3. Actualizações Regulares
Manter firmware e software atualizados é fundamental para eliminar vulnerabilidades.
Aconselha-se a escolha de dispositivos compatíveis com actualizações automáticas (OTA).
4. Segmentação de Rede
Separar a rede hospitalar em segmentos reduz o impacto de um ataque e limita a movimentação lateral de invasores.
Dados sensíveis devem permanecer isolados.
5. Controlo de Acesso
Apenas profissionais autorizados devem ter permissões para alterar configurações.
Isto reduz erros humanos e actividades maliciosas.
6. Protocolos de Comunicação Seguros
Certifique-se de que todos os protocolos utilizados pelos dispositivos têm encriptação e camadas de segurança adequadas.
7. Avaliações de Risco Frequentes
Avaliar riscos regularmente permite detectar vulnerabilidades e corrigir falhas de forma proativa.
8. Medidas de Segurança Física
Áreas com dispositivos IoMT devem ter acesso restrito, vigilância inteligente e armazenamento seguro para evitar manipulações.
9. Avaliação dos Fornecedores
Pesquise fornecedores, verifique avaliações, peça recomendações e escolha dispositivos com boas práticas de segurança e suporte contínuo.
10. Formação de Funcionários
Os utilizadores devem saber:
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Reconhecer ameaças
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Evitar ficheiros suspeitos
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Utilizar dispositivos IoMT de forma segura
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Proteger dados sensíveis
A formação reduz o risco de ataques como phishing ou engenharia social.
Conclusão: A Importância das Boas Práticas em IoMT
Garantir a segurança de dispositivos médicos IoT é essencial para proteger pacientes, dados e operações clínicas.
Compreender os riscos — superfície de ataque, dispositivos antigos, interoperabilidade e privacidade — é o primeiro passo para implementar uma estratégia eficaz.
Ao adoptar as práticas recomendadas apresentadas neste artigo, as organizações de saúde podem melhorar significativamente a segurança, reforçar a fiabilidade dos seus sistemas e construir um ambiente clínico mais seguro, conectado e eficiente.